A hematologista e diretora clínica do Hemacore, Dra. Leila Pessoa de Melo, participou, nos dias 24 e 25/3, da preceptoria “Revolutionizing Myeloma Treatment Paradigm: bispecific antibodies landscape” (Novo Paradigma de Tratamento do Mieloma: o cenário dos anticorpos biespecíficos), realizada no CHU (Centro Hospitalar Universitário) de Nantes, na França.
O encontro foi conduzido por dois dos mais respeitados especialistas em hematologia da Europa: Dr. Philippe Moreau e Dr. Cyrille Trouzeau. A preceptoria reuniu médicos brasileiros para aprofundar o debate sobre os avanços recentes no tratamento do mieloma múltiplo e discutir a aplicação clínica das terapias mais inovadoras.
"Foi uma oportunidade excepcional de aprendizado e troca de experiências com profissionais altamente qualificados. A imersão nesse novo cenário terapêutico certamente impactará positivamente o cuidado que oferecemos aos nossos pacientes com mieloma", afirmou a Dra. Leila.
O conhecimento adquirido será incorporado à rotina do Hemacore, fortalecendo ainda mais a excelência no atendimento aos inúmeros pacientes com mieloma múltiplo acompanhados pela equipe do centro.
Entenda o mieloma múltiplo - O mieloma múltiplo é um tipo raro de câncer hematológico, frequentemente confundido com outras doenças. Segundo dados da International Agency for Research on Cancer (IARC), cerca de 230 mil pessoas convivem com a doença no mundo, sendo mais comum em pessoas acima dos 65 anos. No Brasil, são registrados quase 8 mil novos casos por ano.
De acordo com a Dra. Leila Pessoa de Melo, o mieloma múltiplo se origina na medula óssea e é caracterizado pela multiplicação descontrolada de células plasmáticas — responsáveis pela produção de anticorpos. “Quando essas células se multiplicam de forma anormal, passam a produzir uma proteína monoclonal que interfere no funcionamento do sistema imunológico e da medula óssea, facilitando infecções e causando, frequentemente, anemia”, explica a especialista.
Além da anemia, o mieloma costuma comprometer os ossos, provocando lesões líticas (áreas de destruição óssea), dores intensas, fraturas espontâneas e, em alguns casos, compressão da medula espinhal com risco de sequelas neurológicas. Tumores localizados, chamados plasmocitomas, também podem se desenvolver.
Os sintomas mais comuns incluem fadiga, fraqueza, dores ósseas ou articulares, perda de peso, infecções recorrentes e insuficiência renal. Como muitos desses sinais se assemelham a problemas ortopédicos ou renais, o diagnóstico pode ser desafiador.
O acompanhamento com um hematologista é essencial para o diagnóstico precoce, definição do tratamento e melhora na qualidade de vida dos pacientes.