Hematologista alerta para sintomas da leucemia e cuidados na pandemia

Hematologista alerta para sintomas da leucemia e cuidados na pandemia

Neste mês, é celebrado o Fevereiro Laranja, período de conscientização sobre a Leucemia. Também conhecida como câncer no sangue, a Leucemia tem como característica o acúmulo de células imaturas doentes na medula óssea (onde o sangue é fabricado). Trata-se do tipo de câncer mais comum da infância, mas que também ocorre em adultos.

“Neste ano,o alerta sobre a doença torna-se ainda mais importante. Pois pacientes com Leucemia em tratamento com quimioterapia, imunoterapia, radioterapia, medicações imunossupressoras ou transplantados de medula óssea têm maior risco de desenvolver a forma grave da Covid-19, e devem redobrar os cuidados para evitar a contaminação pelo novo coronavírus”, explica a hematologista Leila Pessoa de Melo, Diretora clínica do Hemacore - Centro de Hematologia, de São José dos Campos, especializado no diagnóstico e tratamento de doenças do sangue e do sistema linfático.

A médica alerta ainda que “os pacientes não devem suspender o tratamento por conta própria e precisam seguir as orientações do seu médico”.

Segundo ela, nas leucemias, as células da medula óssea sofrem alterações genéticas que as transformam em células cancerosas. Essas células anormais (blastos), se multiplicam de forma rápida e descontrolada, causando infiltração na medula óssea, comprometendo seu funcionamento normal. Nesse processo, as células normais vão sendo substituídas por cancerosas.

“Um simples hemograma com alterações na série branca (leucócitos) pode levantar a suspeita de uma leucemia. Também é importante ficar atento aos sinais e sintomas como palidez e cansaço, baixa imunidade, infecções de repetição, aparecimento de sangramentos, hematomas, aumento do volume do abdômen ou ainda gânglios aumentados na ausência de infecção. Na maior parte das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é fundamental procurar um hematologista e esclarecer”, reforça a Dra. Leila.

Tipos de Leucemia e tratamento

Existem vários tipos de leucemia, classificadas com base em seu desenvolvimento (agudas ou crônicas) e de acordo com o tipo celular afetado (linfoides ou mieloides). Os pacientes com leucemias crônicas (de crescimento lento) geralmente não apresentam sintomas abruptos. “Quando surgem, costumam ser brandos e se agravam gradualmente”, explica a Dra. Leila.

Já os pacientes com leucemias agudas (de crescimento rápido) geralmente apresentam sintomas que se agravam em um curto intervalo de tempo.

O tratamento das leucemias difere de acordo com o subtipo (agudo ou crônico) e (mieloide ou linfoide). Nos últimos anos, houve um grande avanço no tratamento da doença com o desenvolvimento de drogas inteligentes, alvo-específico, o que possibilitou um aumento na sobrevida dos pacientes. Dentre os tratamentos possíveis, está o transplante de medula óssea.

Principais sintomas:

  • Anemia (fadiga, falta de ar, palpitação, dor de cabeça, entre outros
  • Baixa imunidade (o organismo fica mais sujeito a infecções)
  • Sangramentos mais comuns nas gengivas e nariz
  • Manchas roxas na pele
  • Gânglios inchados, mas sem dor, principalmente no pescoço e nas axilas
  • Febre e suores noturnos
  • Perda de peso sem motivo aparente
  • Desconforto abdominal
  • Dores nos ossos e nas articulações

Cuidados durante a pandemia devem ser redobrados

Pacientes com leucemia e outras doenças do sangue (como linfoma e mieloma múltiplo), principalmente aqueles que passaram recentemente por transplante de medula óssea ou que estão fazendo quimioterapia, têm maiores chances de desenvolver as formas graves da Covid-19 caso sejam infectados.

Segundo a Dra. Leila, “tanto a doença como o tratamento desses pacientes afetam o sistema imunológico, reduzindo as defesas do organismo”, e enfatiza que os pacientes não interrompam o tratamento por conta própria e sigam sempre as orientações médicas.

Os cuidados com esses pacientes devem ser redobrados durante a pandemia:

  • Evitar contato com outras pessoas, a não ser que absolutamente necessário.
  • Limitar o relacionamento interpessoal.
  • Lavar as mãos com frequência com água e sabão ou álcool em gel por pelo menos 20 segundos, principalmente após tosse, espirro ou uso do banheiro e antes de se alimentar.
  • Em caso de tosse ou espirro, usar lenço de papel e depois jogá-lo em lixeira.
  • Usar álcool/spray antibacterianos para desinfetar as superfícies que tocar ou usar (controles de TV, celulares, telefones, livros etc.)
  • Evitar apertos de mão, abraços e beijos.
  • Em caso de sintomas respiratórios leves, é fundamental procurar o médico responsável.

Vacinação para COVID-19

Segundo a ABHH (Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia) as duas vacinas aprovadas para uso emergencial no Brasil, a da Oxford-AstraZeneca e Coronavac podem ser recomendadas para os pacientes onco-hematológicos acima de 18 anos. Estas duas vacinas não são de vírus vivo ou de vetor replicante.

Os estudos sobre as vacinas não incluíram este grupo de pacientes, o que limita a análise de eficácia e segurança nesta subpopulação. Porém frente à pandemia, e esta população ser considerada de risco, a recomendação de vacinação para COVID-19 é feita considerando o que se sabe sobre eficácia e segurança de vacinas utilizadas na prevenção de diferentes infecções. Todas as medidas de distanciamento social, uso de máscaras e higienização frequente das mãos continuam sendo medidas essenciais para proteger a todos.

 

 


Veja todas as notícias
Compartilhe:

Assessoria de Comunicação

Vanessa Fernandes

(12) 99791-1233

va.fernandes@uol.com.br